quinta-feira, 17 de março de 2011

Alan, Rafael, Thiago e Welisson

Revolução verde
A NoTox, uma pequena empresa de Piracicaba, lança o primeiro biolubrificante 100% vegetal, à base de mamona, com eficiência até 40% superior aos óleos convencionais.





Gustavo Lucchesi, criador de uma empresa que já nasceu “verde”:
 ao aliar-se à universidade e antecipar tendências de mercado,
o empreendedor que  encontrou o caminho.

Os tempos mudaram. A conservação dos recursos energéticos e as chamadas tecnologias verdes ultrapassam a retórica dos movimentos ambientalistas e evidenciam que, também no mundo corporativo, a sustentabilidade chega com fôlego para impulsionar uma nova agendade negócios. O planeta agradece. No centro dessa visão empresarial, cresce a certeza de que a gestão sustentável não é apenas imperativa para reagir aos alertas da degradação do meio ambiente, mas também uma fonte segura de vantagens competitivas e condição indispensável à própria sobrevivência do negócio. Vale, aqui, a mesma lógica que há pouco mais de uma década apontou o caminho da efervescente economia digital: quem sai na frente, tem meio caminho andado para consolidar presença e se distanciar da concorrência. O desafio é remodelar as práticas, com alternativas eficientes e à altura das exigências dos tempos atuais.

Em Piracicaba, a 152 quilômetros da capital paulista, uma solução inovadora e de alto desempenho desponta como estratégia desse novo rumo do mercado. Idealizada com o compromisso de oferecer produtos de comprovada eficiência tecnológica, a partir de fontes renováveis, a NoTox já nasceu verde e imprime à marca a missão de eliminar lubrificantes tóxicos do ambiente industrial.

Quem explica a filosofia é o empresário Gustavo Lucchesi, que explorou o potencial da biotecnologia para lançar o CastorCut, o primeiro fluido de corte 100% vegetal, à base de óleo de mamona. “Desenvolvemos um biolubrificante tão eficiente quanto o fluido mineral, derivado do petróleo, e muito superior aos sintéticos de primeira linha, com a vantagem de ser totalmente biodegradável e livre de resíduos tóxicos”, compara. Concebido para aplicações industriais de usinagem e retificação, o produto traduz uma verdadeira revolução, que começou distante das perspectivas comerciais, fruto de estudo acadêmico na Universidade de São Paulo (USP), e agora promete mudar a prática do chão de fábrica. A NoTox reconheceu que era preciso ganhar amplitude e viabilizar comercialmente a solução. Com o apoio do Sebrae-SP, perseguiu a meta e hoje está estruturada para produzir até 30 toneladas mensais do produto.

Eficiência – Não é preciso ser visionário nem arriscar abstrações futuristas para afirmar que o impacto da inovação promovida pela NoTox será considerável. O curioso é que a empresa começou modesta, sem o caráter superlativo que costuma acompanhar os ícones da biotecnologia. O segredo do sucesso, nesse caso, é a conjugação de esforços e a marca indelével da credibilidade e da inovação. A NoTox farejou a oportunidade, licenciou e patenteou o fluido de corte, mas decidiu ir além. A pesquisa na USP, realizada pelo Núcleo de Manufatura Avançada da Escola de Engenharia de São Carlos, alcançou repercussão no meio científico internacional e rendeu ao produto uma certificação na Alemanha, uma das mais rigorosas do mundo, porta de entrada para a Europa. A certificação representava um avanço sem precedentes, mas se limitava a um único processo industrial. O salto para o ganho de escala veio do apoio do núcleo de aperfeiçoamento tecnológico do Sebrae-SP, o Sebraetec, e da incubadora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, onde há um ano a NoTox mantém suas instalações, também respaldada pela Agência USP de Inovação. Desde então, pequenos ajustes na fórmula do fluido asseguraram o emprego do CastorCut em um vasto leque de aplicações, como metalurgia, lubrificantes de graduação alimentícia e indústrias náutica e aeronáutica. “Em alguns processos, a eficiência chega a ser 40% superior aos produtos convencionais, sem falar no descarte simplificado, a custos menores e sem dano ambiental”, enfatiza Lucchesi.
A indústria também sai ganhando na área de segurança operacional e na valorização do capital humano, sem risco algum de insalubridade para os operadores de usinagem e retificação. Por essas e outras, a  NoTox já recebeu o apoio formal de uma multinacional alemã, uma das gigantes do setor químico, conquista o mercado brasileiro e tem tudo para cruzar fronteiras, com amplo reconhecimento internacional.

Atendimento
Escritório Regional do Sebrae-SP em Piracicaba
Modalidades: Programa de Incubadoras de Empresas,
Sebraetec
Apoio: Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, USP
Tipos de inovação: processo, produto





2 comentários:

  1. Está ai pessual...ideia inovadora!

    Que se enquadra no contexto atual e futuro de sustentabilidade!

    abraços,

    Alan, Rafael, Thiago e Welisson.

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  2. Muito interessante e atual a pesquisa de vocês, eu acho que o mundo precisa realmente caminhar rumo a propostas com o sentido de preservar o meio-ambiente, através destas inovações, as nossas florestas, recursos hídricos, fauna e flora, o ar, são nosso patrimônio, mais importante do que criar estas soluções é, ainda plantar a semente da conscientização na cabeça de cada cidadão, ainda bem que muitos cientistas trabalham em favor da humanidade, a natureza agradeçe, e nós também...

    Warley Aguiar Nogueira
    Adm. 8° Período

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