segunda-feira, 21 de março de 2011

Alan, Rafael, Thiago e Welisson

Céu de brigadeiro
Utilizando materiais compostos avançados, a ACS inova com o lançamento do Sora, seu primeiro ultraleve esportivo, de olho no promissor mercado norte-americano


Ganhar os céus do mundo: esse foi o desafio que o mineiro Leandro Guimarães Maia, engenheiro mecânico pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), se impôs ao retornar ao Brasil, em 2006. Na época, resolveu se desligar da empresa austríaca em que trabalhava para fundar seu próprio negócio, a ACS – Advanced Composites Solutions. Agora, já finalizou o protótipo de seu primeiro produto, o ultraleve Sora, um monomotor esportivo de dois lugares que tem na fuselagem a principal inovação: é montada em apenas dois blocos, com material constituído de tecido de fibra de vidro e recheio de espuma de PVC enrijecido com resinas. “Fica mais resistente e mais leve do que o alumínio”, diz Maia, ressaltando outras vantagens, como resistência à fadiga e à corrosão.
De asa baixa, o ACS-100 Sora é equipado com motor inglês Rotax 912 ULS de 100 HP, movido a querosene de aviação. Maia já busca alternativa para adotar um motor movido a biodiesel.
“A indústria aeronáutica é conservadora”, justifica, ao ser confrontado com o fato de o motor Rotax, de uma hélice, ainda utilizar carburador. “Nessa categoria, não há motores de injeção eletrônica.”
O projeto ACS-100 Sora é baseado no CB-10 Triathlon, desenvolvido pelo professor Claudio Barros, da UFMG. Graças ao apoio do programa Sebraetec, que viabilizou a participação da empresa na Expo Aero Brazil 2008, a ACS Aviation já tem seis unidades do Sora vendidas. E aquece os motores. “No início do próximo ano, estaremos capacitados para produzir uma unidade por mês, e dentro de três anos a ideia é quintuplicar a produção”, sinaliza.

Leandro Guimarães Maia e o ultraleve Sora: o orgulho de
uma empresa de  pequeno porte em ostentar sua marca na
fuselagem de uma aeronave
















Produto de exportação – A ACS, instalada na Incubadora de São José dos Campos – Incubaero, surgiu para atuar no segmento de materiais compostos avançados, como o utilizado na fuselagem do Sora. “Percebemos que não seria viável entrar nesse mercado se não tivéssemos um portfólio adequado”, explica Maia. “Por isso, resolvemos apostar no desenvolvimento de um produto específico para mostrar nossa expertise.”
A aposta no Sora não foi ao acaso. Maia acumula larga experiência na indústria aeronáutica, com incursões internacionais, como a passagem pela Áustria, onde atuava como fornecedor da Airbus, e na própria Embraer. Assim surgiu a ACS Aviation, que já tem seu escritório nos EUA, constituído em sociedade com um amigo norte-americano. “Nossa idéia é fabricar o avião no Brasil e exportar para os EUA”, afirma. Agora, aguarda a conclusão dos testes para dotar o protótipo de asas removíveis, a fim de facilitar o transporte. Mas as soluções nem sempre estiveram ao alcance da mão.
A ACS também enfrentou dificuldades e se ressentia da falta de recursos para alavancar o projeto. Somente a fabricação dos moldes da fuselagem exigiu investimento de fôlego, em torno de R$ 250 mil, “o que não é muito alto em comparação com o preço da aeronave, mas para nós era um desafi o naquele momento”, conta Maia. Foi assim que a Tecplas, especializada na fabricação de componentes compostos, fornecedora da Embraer, acabou entrando no projeto. “Eles investiram a risco e produziram os moldes”, conta. “E serão os responsáveis pela fabricação em série dos componentes.” Com investimento em torno de R$ 1 milhão, a ACS enfrenta agora os trâmites da Agência Nacional de Aviação Civil para obter a autorização definitiva para produzir o ACS-100 Sora em série. Na retaguarda, contudo, tem o apoio da Incubaero e da sinergia com o polo tecnológico do Centro Técnico da Aeronáutica. O Sebraetec reafirma a participação no projeto, com consultoria para o desenvolvimento do material de comunicação do Sora.


Atendimento
Escritório Regional do Sebrae-SP em São José dos Campos
Modalidades: Programa de Incubadoras de Empresas, Sebraetec
Apoio: Fundação Casimiro Montenegro Filho
Tipos de inovação: marketing, organizacional, produto

Alan, Rafael, Thiago e Welisson

Qualidade nos mínimos detalhes
Com custo bem mais baixo, ovinocultores de Fartura e região comemoram os benefícios do associativismo, aprimoram o índice zootécnico das matrizes e conseguem valorizar a produção


O Núcleo dos Criadores de Ovinos de Fartura e Região tem bons motivos para comemorar o resultado obtido em menos de dois anos, desde que, em abril de 2006, passou por consultorias técnicas e, depois, ocupou um espaço comunitário cedido pela prefeitura na Chácara Municipal, na região central da cidade. O grupo reúne 12 produtores de Fartura e da vizinha Piraju, que criam em confinamento ovelhas com excelente carne para consumo, resultado do cruzamento de matrizes que aprimoram a criação. Quem explica é Willem Alexandre Garcia Bortotti, dono de 120 matrizes em seu Sítio Santo Antônio, em Fartura: “O confinamento comunitário e as consultorias técnicas foram a salvação. Nesse aspecto, a administração municipal e o Sebrae-SP tiveram papel fundamental, ao incentivar o associativismo e fornecer apoio técnico. Se continuássemos a vender, cada um por si, o animal para abate por R$ 2,80 o quilo, já teríamos desistido. Em conjunto, conseguimos quase dobrar o preço de venda”, explica. Bortotti lembra, também, que o custo diário para criar cada ovelha na Chácara caiu de R$ 1,20 para R$ 0,70.
O espaço para o confinamento resultou de um trabalho conjunto do Escritório Regional do Sebrae-SP em Ourinhos, da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), dos sindicatos rurais de Fartura e Piraju e da Associação Paulista dos Criadores de Ovinos (Aspaco). Para o Núcleo dos Criadores, essa parceria significou o fim dos tempos de prejuízo. A meta de 20% de aumento do faturamento para 2008 foi atingida com folga, segundo Bortotti: “Agora, tudo aqui é cuidadosamente controlado, da data de entrada até a saída de cada cordeiro. Compramos a ração em conjunto, mais barata, e temos um funcionário que cuida da alimentação. Além disso, um veterinário presta consultoria ao grupo e acompanha periodicamente o processo produtivo. Também contamos com um laboratório no local, para aprimoramento dos cuidados com a saúde dos animais, além da consultoria dos programas Sistema Agroindustrial Integrado (SAI) e Sebraetec, do Sebrae-SP”.

Willem Bortotti no confinamento da Chácara Municipal: tudo mudou com a
união dos produtores e o apoio do Sebraetec e de seus parceiros.



















Associativismo qualificado – Bortotti representa bem o atual estado de espírito dos produtores. Os animais que ele cria em confinamento não são mais do que 120, e assim que chegam ao peso ideal não fica um nos pequenos currais. Trata-se de um grande avanço para quem vinha, nos quatro anos anteriores a 2006, tentando desenvolver a ovinocultura na região, sem achar o caminho.
O projeto de associativismo revolucionou conceitos e práticas dos ovinocultores. Os dados de avaliação do rebanho referentes a 2007 são reveladores: num grupo de 1,6 mil animais, 75% foram classificados com índices “muito bom” e “bom”, o que, com certeza, estará ainda melhor na avaliação de 2008, acredita Bortotti. A redução do custo na compra de insumos também é ressaltada pelo criador: “Se cada um de nós tivesse de adquirir a ração por conta própria, gastaria R$ 0,55 por quilo, mas a compra coletiva faz o preço cair para R$ 0,45. Cada animal é criado dentro das normas sugeridas nas oficinas do Sebraetec, como o calendário sanitário, e está pronto para a venda em 100 dias”. O grande achado no projeto, na visão do presidente do Núcleo dos Criadores, Júlio Mazetto, foi a adoção do associativismo como alternativa organizacional. A partir daí se tornou possível concretizar avanços como a alimentação balanceada do rebanho, a compra conjunta de insumos e a criação do laboratório de diagnóstico de verminose. Antes, o grupo tinha sérios problemas em gestão, baixa qualificação de mão-de-obra, produção deficiente, rebanho sem qualidade adequada e falta de mercado comprador. Com a ação dos parceiros, tudo clareou.
A mão-de-obra foi treinada nos sindicatos. A gestão estratégica se moldou nas oficinas de qualificação, assim como a comercialização evoluiu com ações de marketing, o que levou à adequação dos espaços para amostragem dos animais e realização de leilões em Fartura. “Hoje somos conhecidos no estado todo, e isso é fruto de muito trabalho, que nos permitiu agregar valor. Estamos, porém, apenas no início de um longo caminho”, completa Bortotti.


Atendimento
Escritório Regional do Sebrae-SP em Ourinhos
Modalidade: Sebraetec
Apoio: Fepaf
Tipos de inovação: marketing, organizacional, processo

Alan, Rafael, Thiago e Welisson



Ovo de Colombo digital
Spatium 3D lança digitalizador tridimensional totalmente flexível, para atender desde a indústria automotiva até o setor aeroespacial, em processos de modelação e inspeção de qualidade
Israel Nacaxe, sócio da Spatium 3D:
ao criar soluções próprias e originais, a
empresa de Campinas conquistou um
mercado tão amplo quanto os recursos de
seu equipamento
Conta a história que, ao regressar à Corte espanhola com o anúncio da descoberta do Novo Mundo, Cristóvão Colombo enfrentou um batalhão de céticos.  Parecia mesmo pouco provável que, em  uma pequena caravela, o navegador tivesse conseguido cruzar o Atlântico, quanto mais alcançar um continente intocado. A empreitada foi posta à prova e Colombo, com ar solene, lançou a todos o antológico desafio. Quem, entre eles, seria capaz de colocar em pé um simples ovo de galinha? Para surpresa geral, bateu levemente uma das extremidades do ovo, quebrou um pouco da casca e lá estava ele equilibrado na posição vertical. Simples assim. Difícil mesmo é ter o primeiro insight. A referência, aqui, não vem por acaso. Serve para explicar o sucesso de uma solução desenvolvida em meados de 2007 pela Spatium 3D, que, apesar de estreante no mercado, tem na carteira de clientes players globais da indústria, que começam a se render à genialidade e à originalidade do produto desenvolvido pela pequena empresa de Campinas, no sudeste paulista, a 90 km da capital.
O foco do negócio é a tecnologia de visão computacional. Até aí, nada de novo. O ineditismo está na arquitetura da solução desenvolvida pela Spatium e na estratégia que norteou seu modelo de negócios. A empresa era ainda uma estreante, com pouco mais de seis meses de atividades quando, com o apoio do Sebraetec,  programa desenvolvido pelo SebraeSP, e da incubadora ParqTec, a mais antiga da América Latina, identificou na indústria a necessidade de medição tridimensional.

“Começamos a pesquisar tecnologias e optamos por criar nossa própria solução”, diz Israel Nacaxe, um dos sócios da empresa. Com o apoio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Spatium desenvolveu o sistema de projeção e todos os algoritmos para a calibração do sistema. O resultado encanta pela simplicidade. Um projetor, duas câmeras de luz branca, uma fonte de alimentação. E só. O software roda em Windows, com a vantagem de total mobilidade, uma vez que utiliza o protocolo internet para a transmissão. É ligar na rede e capturar a imagem, em altíssima resolução. Em apenas 6 segundos, é possível digitalizar cerca de 2 milhões de pontos.

Flexibilidade – A ergonomia também inova. Apesar de robusto – totalmente
concebido em fibra de carbono para assegurar estabilidade mesmo em ambientes agressivos, o
equipamento é portátil e totalmente flexível, o que amplia ainda mais as possibilidades de aplicação. Em poucos minutos, o sensor pode ser configurado para digitalizar tanto áreas pequenas como grandes superfícies, assegurando a mesma qualidade de resolução.

Empregada tanto em engenharia reversa, para a concepção de moldes e ferramentas, quanto para a inspeção de qualidade em ferramentas de sopro, injeção e estamparia, a medição tridimensional permite reduzir o período de criação de moldes, ao mesmo tempo em que possibilita comparações com modelos CAD (Computer-aided design) para identificar defeitos e otimizar os processos de inspeção. Nesse caso, a solução da Spatium digitaliza a peça e, com uma representação completa do objeto em três dimensões, gera uma malha de polígonos que, transformada para o sistema de coordenadas, estabelece comparações ponto a ponto com o modelo matemático CAD, verificando indicadores como forma, comportamento e tolerâncias. Até mesmo a imagem de carros e aviões pode ser capturada e digitalizada em 3D, com a facilidade de interface com sistemas de fotogrametria, para medições ainda mais rigorosas. As vantagens vão além. Para a indústria automotiva, por exemplo, a solução oferecida pela Spatium permite a montagem virtual de componentes o que, na prática, se traduz na possibilidade de conferir o encaixe dos retrovisores ou até o matching do paralama com o parachoque. O resultado conta pontos valiosos para otimizar o processo de produção, em tempos de qualidade total. O futuro da Spatium é promissor.
Agora, o produto que desenvolveu está sendo adequado às normas internacionais.
E a empresa, até pouco tempo start-up, tem tudo para se tornar um grande fornecedor global
de soluções em digitalização 3D.

Atendimento
Escritório Regional do Sebrae-SP no Sudeste Paulista
Modalidades: Programa de Incubadoras de Empresas, Sebraetec
Apoio: Fundação ParqTec, IPT
Tipo de inovação: produto


domingo, 20 de março de 2011

Otimização avançada -

Prezados colegas de sala e futuros Administradores de Empresas, a minha pesquisa é referente a área de Tecnologia da Informação, ou simplesmente T.I, trata-se de uma empresa do segmento de aciaria, gerenciar uma aciaria é um desafio constante! As soluções em software da Incotec foram criadas especificamente para facilitar a tomada de decisões neste ambiente com relação ao planejamento das corridas, à otimização da produção e à gestão dos imprevistos.
Os processos metalúrgicos envolvidos na produção do aço realizada na aciaria precisam ser supervisionados por grandes especialistas. Pequenas alterações na temperatura, na composição do metal líquido, ou nas condições dos tratamentos podem causar grandes alterações no produto final. Estas e outras características tornam a aciaria uma unidade produtiva crítica na linha de produção do aço, e que deve ser cuidadosamente gerenciada.

Para gerenciar a produção da aciaria, o planejador é um especialista que determina o cronograma de produção da aciaria. Ele possui a complexa tarefa de elaborar um bom cronograma, uma sequência de corridas que, além de respeitar os prazos de entrega, precisa respeitar as restrições do processo,.
A aciaria está sempre sob pressão das outras unidades produtivas, o que a torna ainda mais sensível ao ritmo de produção, que deve estar sempre em dia. Ferramentas de planejamento da produção podem ajudar a aliviar esta pressão. É neste cenário que entra as soluções em software específicas da Incotec, trata-se de um motor de otimização (MPM™:  conhecido comoMotor de Propagação Metabólica) para o seu módulo de planejamento.

Essa ferramenta ajuda o cliente no caso de problemas complexos de planejamento de produção e de tarefas, principalmente nos casos de ambientes mutáveis e que possuem muitas restrições, onde são necessários ajustes contínuos.

Essa tecnologia é fruto de 8 anos de pesquisa e desenvolvimento em matemática aplicada e inteligência artificial, e vem há 6 anos sendo usada como ferramenta operacional nas empresas.



Um cronograma otimizado

Associado ao motor de otimização, Incoplan consegue ir mais longe do que a consideração de todas as condições operacionais. O cronograma é assim otimizado em função dos múltiplos objetivos designados a Incoplan.

Exemplo de objetivos :
  • Respeitar os prazos
  • Equilibrar a distribuição de carga
  • Minimizar os custos
  • Otimizar o consumo das matérias primas
  • Limitar a utilização de subcontratações
  • Reduzir o consumo de energia
  • Otimizar o fluxo de produção e a logística
  • Diminuir o tempo de espera, de parada ou de transporte...

O motor de otimização possui uma função de simulação, que permite prever vários cenários de circunstâncias econômicas diferentes.
Sua velocidade de execução é compatível com o tempo reservado à tomada de decisões. É então possível analisar várias opções sem realizar cálculos exaustivos.

Resultados visíveis da otimização do cronograma

  • Ganho de produtividade
  • Otimização dos recursos
  • Aumento da qualidade do serviço
  • Economia de energia
  • Economia de matérias primas
  • Pró-atividade na tomada de decisões, antecipação das necessidades
  • Organização fluida
  • Fluxos menos carregados

Áreas de aplicação do motor de otimização

O motor de otimização Incotec (MPM™) é usado em associação com o software Incoplan, para a otimização do cronograma criado por ele.

Outras possíveis aplicações

Nosso motor de otimização MPM™ é um suporte de ajuda à decisão uma vez que decisões críticas devem ser feitas.

Dessa forma, é possível adaptá-lo para utilização em outros domínios específicos:
  • produção industrial
  • intervenções técnicas
  • manutenção preventiva
  • seguros
  • finanças
  • marketing
  • dynamic pricing
  • concepção
  • outros...


Espero que vocês tenham gostado da pesquisa, abraços a todos!!

postado por: Warley Aguiar Nogueira
Adm. 8° Período 


sábado, 19 de março de 2011

Temas Emergentes de Serviços - Maquina de Risos

Além de chicletes, a Trident quer vender sorrisos a seus consumidores. A marca iniciou esta semana uma nova ação de guerrilha, desenvolvida pela Espalhe, apresentando ao público a Máquina de Risos – equipamento no formato de um caixa eletrônico que oferece mensagens divertidas e engraçadas a quem a utiliza, além de devolver um extrato que dá direito a uma camiseta ou embalagem da goma de mascar.
A máquina, que circulará por universidades, lojas de conveniência, ruas e avenidas movimentadas da capital paulista, tem como principal objetivo reforçar o novo conceito da marca, “Relaxa, vamos rir mais”, que inspira toda a sua comunicação publicitária.
FONTE: Propmark

quinta-feira, 17 de março de 2011

Alan, Rafael, Thiago e Welisson

Revolução verde
A NoTox, uma pequena empresa de Piracicaba, lança o primeiro biolubrificante 100% vegetal, à base de mamona, com eficiência até 40% superior aos óleos convencionais.





Gustavo Lucchesi, criador de uma empresa que já nasceu “verde”:
 ao aliar-se à universidade e antecipar tendências de mercado,
o empreendedor que  encontrou o caminho.

Os tempos mudaram. A conservação dos recursos energéticos e as chamadas tecnologias verdes ultrapassam a retórica dos movimentos ambientalistas e evidenciam que, também no mundo corporativo, a sustentabilidade chega com fôlego para impulsionar uma nova agendade negócios. O planeta agradece. No centro dessa visão empresarial, cresce a certeza de que a gestão sustentável não é apenas imperativa para reagir aos alertas da degradação do meio ambiente, mas também uma fonte segura de vantagens competitivas e condição indispensável à própria sobrevivência do negócio. Vale, aqui, a mesma lógica que há pouco mais de uma década apontou o caminho da efervescente economia digital: quem sai na frente, tem meio caminho andado para consolidar presença e se distanciar da concorrência. O desafio é remodelar as práticas, com alternativas eficientes e à altura das exigências dos tempos atuais.

Em Piracicaba, a 152 quilômetros da capital paulista, uma solução inovadora e de alto desempenho desponta como estratégia desse novo rumo do mercado. Idealizada com o compromisso de oferecer produtos de comprovada eficiência tecnológica, a partir de fontes renováveis, a NoTox já nasceu verde e imprime à marca a missão de eliminar lubrificantes tóxicos do ambiente industrial.

Quem explica a filosofia é o empresário Gustavo Lucchesi, que explorou o potencial da biotecnologia para lançar o CastorCut, o primeiro fluido de corte 100% vegetal, à base de óleo de mamona. “Desenvolvemos um biolubrificante tão eficiente quanto o fluido mineral, derivado do petróleo, e muito superior aos sintéticos de primeira linha, com a vantagem de ser totalmente biodegradável e livre de resíduos tóxicos”, compara. Concebido para aplicações industriais de usinagem e retificação, o produto traduz uma verdadeira revolução, que começou distante das perspectivas comerciais, fruto de estudo acadêmico na Universidade de São Paulo (USP), e agora promete mudar a prática do chão de fábrica. A NoTox reconheceu que era preciso ganhar amplitude e viabilizar comercialmente a solução. Com o apoio do Sebrae-SP, perseguiu a meta e hoje está estruturada para produzir até 30 toneladas mensais do produto.

Eficiência – Não é preciso ser visionário nem arriscar abstrações futuristas para afirmar que o impacto da inovação promovida pela NoTox será considerável. O curioso é que a empresa começou modesta, sem o caráter superlativo que costuma acompanhar os ícones da biotecnologia. O segredo do sucesso, nesse caso, é a conjugação de esforços e a marca indelével da credibilidade e da inovação. A NoTox farejou a oportunidade, licenciou e patenteou o fluido de corte, mas decidiu ir além. A pesquisa na USP, realizada pelo Núcleo de Manufatura Avançada da Escola de Engenharia de São Carlos, alcançou repercussão no meio científico internacional e rendeu ao produto uma certificação na Alemanha, uma das mais rigorosas do mundo, porta de entrada para a Europa. A certificação representava um avanço sem precedentes, mas se limitava a um único processo industrial. O salto para o ganho de escala veio do apoio do núcleo de aperfeiçoamento tecnológico do Sebrae-SP, o Sebraetec, e da incubadora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, onde há um ano a NoTox mantém suas instalações, também respaldada pela Agência USP de Inovação. Desde então, pequenos ajustes na fórmula do fluido asseguraram o emprego do CastorCut em um vasto leque de aplicações, como metalurgia, lubrificantes de graduação alimentícia e indústrias náutica e aeronáutica. “Em alguns processos, a eficiência chega a ser 40% superior aos produtos convencionais, sem falar no descarte simplificado, a custos menores e sem dano ambiental”, enfatiza Lucchesi.
A indústria também sai ganhando na área de segurança operacional e na valorização do capital humano, sem risco algum de insalubridade para os operadores de usinagem e retificação. Por essas e outras, a  NoTox já recebeu o apoio formal de uma multinacional alemã, uma das gigantes do setor químico, conquista o mercado brasileiro e tem tudo para cruzar fronteiras, com amplo reconhecimento internacional.

Atendimento
Escritório Regional do Sebrae-SP em Piracicaba
Modalidades: Programa de Incubadoras de Empresas,
Sebraetec
Apoio: Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, USP
Tipos de inovação: processo, produto