sábado, 4 de junho de 2011

Inovação Empresarial - O caso Siemens em Portugual


João Picoito
Administrador
Siemens Portugal
A ideia da inovação como fonte de crescimento econômico é hoje recorrente na literatura econômica. Independentemente da taxa de crescimento da economia do país, a inovação estratégica permite às empresas criar valor e crescer, desde que estejam dispostas a assumir riscos e a questionar o status quo .
 
O desafio das empresas inovadoras é conseguirem recriar-se para, dessa forma, ganharem uma vantagem competitiva sobre a concorrência. O sucesso de uma empresa no longo prazo depende da inovação, muito mais do que da redução de custos, que apenas garante uma vantagem temporária. A inovação possibilita obter uma vantagem competitiva mais duradoura, na medida em que é distintiva e mais difícil de copiar.Mostrar tudo
 
Importa sublinhar que a inovação não é apenas tecnologia, mas antes envolve todas as dimensões da empresa (produtos, bens ou serviços, processos, marketing ou desenho organizacional) ao longo da sua cadeia de valor, com especial enfoque nos seus Clientes. A compreensão exata das necessidades dos Clientes pode conduzir uma empresa a novos produtos ou serviços, novos modelos de negócio, ou novas formas de abordar o mercado. Porém, esta tarefa não se pode reduzir à condução de estudos de mercado ou inquéritos periódicos de avaliação da satisfação dos Clientes; implica que a empresa coloque status quo
Inovação Estratégica “O foco central da nossa estratégia de inovação é o Cliente permanentemente o seu enfoque sobre o Cliente, estude os seus hábitos e estilos de vida, conheça as características dos seus processos de negócio e acompanhe a sua evolução, de forma a detectar necessidades latentes que a oferta atual não consiga satisfazer.

É unanimemente aceite que um dos requisitos fundamentais para que uma empresa possa inovar é ter uma estratégia formal de inovação, recursos dedicados e umprocesso que a sistematize. Na Siemens Portugal, a aposta na inovação foi uma estratégia iniciada em 1995, resultante da análise do contexto econômico mundial e do posicionamento de Portugal nesse contexto. Com um mercado doméstico de dimensões escassas, confrontado com uma crescente abertura do país ao mercado global e com os custos de trabalho qualificado a crescer (ficando progressivamente, ano após ano, pouco  competitivos face ao Leste da Europa, à China ou à Índia), a aposta da Siemens Portugal, não poderia continuar a concentrar-se nos centros de produção tradicionais, baseados em mão-de-obra intensiva e baixo valor acrescentado. Nesse contexto, a aposta na inovação revelou-se natural e obrigatória.
 
Em 2004, decidimos formalizar a nossa aposta na inovação sistemática através da criação de um Sistema de Gestão da Inovação, i2: Iniciativa Inovação. A Iniciativa Inovação resulta do entendimento que temos da
inovação: a inovação é dinâmica, projeta o futuro e promove o "fazer melhor". Neste modelo de inovação empresarial, o foco está na constante procura das mutações dos mercados, no sistema tecnológico e nos fornecedores, assim como na busca contínua de novas ideias que permitam conceber produtos cada vez melhores, processos cada vez mais eficientes e uma organização cada vez mais capaz de tirar melhor e mais rápido partido das oportunidades.
 
A política de inovação da Siemens Portugal desenvolve-se em 3 planos distintos: no plano estratégico temos 4 Programas e respectivos vetores de ação, no plano setorial temos as iniciativas que estabelecem planos de ação específicos para os respectivos segmentos de mercado ou âmbitos de intervenção, e no plano operacional temos um centro corporativo, transversal a toda a organização, exclusivamente dedicado à implementação.

A aposta na inovação tem trazido à Siemens Portugal vantagens objetivas. A Siemens Portugal conta hoje com 4 centros de inovação mundiais na área das comunicações: tecnologia óptica, multimédia, home entertainment e telecommunications network management. Estes centros baseiam-se em mão-de-obra altamente qualificada e num modelo de negócio assente na exportação que garante a geração de um elevado valor acrescentado para a Siemens Portugal e para o país.
 
Em 2005, a Siemens Portugal investiu 55 milhões de euros em Investigação e Desenvolvimento (I&D), contando com mais de 1500 engenheiros, que produziram 2,2 milhões de horas de I&D. Com origem nos nossos centros de inovação em Portugal foram submetidos em 2005 mais de quarenta IPR (Registos de Propriedade Intelectual) que deram origem a cerca de 30 patentes registadas internacionalmente, o que constitui o maior índice de patentes no universo Siemens. 

Porém, a inovação não se resume aos produtos e não tem que estar dependente de uma nova tecnologia. Na Siemens Portugal temos sabido apostar na inovação associada aos processos e às soluções, combinando tecnologias já existentes e interno com o objetivo de melhorar a nossa oferta e ir ao encontro das necessidades dos nossos Clientes.
 
O foco central da nossa estratégia de inovação é o Cliente. Um caso exemplificativo desta prioridade é o do terminal aeroportuário temporário que construímos para o Euro 2004, com capacidade para 4000 passageiros/hora. Recorrendo a produtos e tecnologias de que já dispunhamos, fomos capazes de desenhar uma solução que respondiaàs exatas necessidades do nosso Cliente. O resultado foi inovador e a solução patenteada de forma a ser replicada mundialmente. No início deste ano, a Siemens Portugal venceu um concurso para a construção de um terminal idêntico para o Qatar graças à exportação deste conceito, integralmente desenvolvido em Portugal.
 
Em resumo, estou seguro que as empresas nacionais com futuro serão aquelas que apostarem na inovação. A dimensão do mercado doméstico e a subida do nível de vida (e, consequentemente, do preço da mão-de-obra) impedem a competição por via dos custos. O sucesso da nossa economia depende da capacidade de exportar e, como tal, de competir globalmente em mercados extremamente competitivos.

É essencial perceber que não pode haver desenvolvimento sem inovação. Os casos de sucesso nacionais amplamente conhecidos são a prova que temos as condições, o know how e as competências para inovar e competir globalmente. Também constatamos que o discurso empresarial tem hoje o seu focus voltado para a inovação, não  faltando informação e a consciência pública da sua importância para a economia. Resta-nos, portanto, passar das palavras aos atos.

Postado por Marisa de Oliveira Marzano Goncalves - Matricula 300015700
8º Período - Administração

terça-feira, 3 de maio de 2011

Terceirização de ideias

Em busca de soluções inovadoras, as empresas utilizam a internet para propor desafios de negócios aos jovens

Crédito: Paula Lovisi Leal Friche Passos
Fonte: Revista Você S/A
 
Os engenheiros da Poli-USP Miguel Chaves, Daniel Damas e Diogo Dutra: projeto inovador para a construtora Tecnisa
Na década de 1980, os executivos de grandes empresas enchiam o peito para dizer que suas companhias tinham programas de qualidade — na época, um diferencial competitivo. O desafi o então era padronizar os processos de produção e otimizar o tempo de desenvolvimento do produto. Esse período fi cou para trás e o maior desafi o das empresas na atualidade é inovar.

Criar o novo já se tornou uma questão de sobrevivência em um mercado de competição global. Por isso, as corporações que querem ter um negócio sustentável têm buscado — dentro e fora de casa — ferramentas que impulsionem o surgimento de projetos no mínimo inspiradores. "Raramente ideias inovadoras são encontradas dentro da organização. O ambiente corporativo deforma os funcionários e faz com que eles percam a criatividade", diz o holandês Hans van Hellemondt, especialista em inovação.

O diretor de ambientes digitais e inovação da construtora Tecnisa, Romeo Bussarello, acredita que as pessoas estão executando muito e criando pouco, como se operassem no automático. "Trabalhamos demais, concentrados na rotina diária, nos prazos, e não conseguimos ter novas ideias. As organizações nos deixam embrutecidos e temos que ter humildade de ir para o mercado buscar inspiração", diz o executivo.

Observando essa tendência no Brasil, Hans trouxe para cá uma ideia que surgiu na Holanda em 2005, o site Battle of Concepts (BOC). Aqui, ele se associou à empresa TerraForum e traduziu o nome do site para Batalha de Conceitos, que estreou no fi nal de 2009. Na página, as companhias lançam desafi os online, normalmente relacionados a problemas interno dos negócios, e estudantes universitários ou jovens profi ssionais, com idade entre 17 e 30 anos, postam suas soluções. "O funcionário é cobrado por resultados. Ele não pode desviar das metas e das tarefas do dia a dia, e por isso não consegue criar.

Há pressão para inovar, mas não há tempo para isso. Já nas universidades, os estudantes têm tempo e, por isso, os resultados lá são melhores", diz o executivo- chefe da TerraForum, José Cláudio Terra. A vantagem desse modelo é que os profi ssionais estão expostos a outros ambientes que não o de uma corporação e, dessa forma, têm a cabeça aberta para experimentar. O melhor é que esses estudantes estão criando projetos com quase o mesmo nível de profi ssionalismo encontrado nas corporações, às vezes, em áreas que não são as deles.

"O modelo permite reunir jovens talentos com competências técnicas, mas que não estão sob a pressão do cotidiano das empresas", completa Mônica Reiter Bissi, gerente de RH da Vopak, empresa especializada em armazenamento de gás liquefeito, óleos e produtos petroquímicos. No site, as empresas fi cam com a propriedade intelectual dos projetos, podendo ou não colocá-los em prática. As dez melhores soluções dividem cerca de 15 000 reais. Já participaram do BOC 7 000 estudantes, 180 universidades e 13 grandes empresas, como Ambev e Natura.


"NÃO QUEREMOS IDEIAS PRONTAS, MAS, SIM, A FONTE DE INSPIRAÇÃO QUE MOVA O NOSSO PESSOAL INTERNAMENTE" Romeo Bussarello, da Tecnisa



VITRINE DE TALENTOS
De quanto mais batalhas o jovem participa, maiores as chances de conquistar os Battle Points (pontos) e mais inovador será considerado. O site apresenta um ranking dos alunos e das universidades mais bem colocadas. "De um lado, as empresas têm desafi os e querem a ajuda de jovens para resolvêlos.

De outro, os estudantes têm necessidade de mostrar para o mundo seu talento", diz o holandês Hans van Hellemondt. Na Holanda, o site fi cou tão famoso que jovens profi ssionais passaram a colocar os pontos no currículo. E tudo indica que aqui iremos pelo mesmo caminho. "Recebemos ligações de um banco pedindo os contatos dos 20 primeiros jovens do ranking porque eles querem contratá-los", diz José Cláudio Terra. E a ideia é essa mesmo. As empresas não necessariamente estão buscando soluções prontas. Elas querem insights e, principalmente, o contato com os bons talentos.

CAOS FOCADO
Foi esse o nome que o grupo de três estudantes de engenharia mecatrônica da Poli-USP deram ao processo de brainstorm que criaram. Daniel Damas, de 25 anos, Miguel Chaves, de 25, e Diogo Dutra, de 24, têm em comum a vontade de trabalhar com inovação. Miguel trouxe de um curso no Instituto de Tecnologia de Massachusetts a experiência sobre processo de criatividade e Diogo trouxe de um intercâmbio na França teorias do curso de engenharia de design.

Juntos, transformaram a casa do amigo Daniel num laboratório onde reúnem pessoas de diversas áreas em busca da diversidade de pensamentos. "A mistura traz ideias criativas", diz Daniel. A cada encontro, depois de muitos postits, eles têm cerca de 300 ideias. O grupo se classificou em 1o lugar na Batalha da Tecnisa. Criaram o projeto de um condomínio de prédios que sequestra gás carbônico (CO2) e o vende no mercado de créditos.

Dessa forma, os moradores se apropriariam do dinheiro e não teriam de pagar as taxas de condômínio. "Quem economizar mais na emissão de CO2 vende cotas para os vizinhos", afirma Diogo. Eles ficaram em 6o lugar na Batalha da Vopak e em 3o na Inovatec, feira de inovação do governo de Minas Gerais. "Várias empresas nos convidaram para trabalhar, mas não aceitamos porque vamos montar a nossa própria companhia", diz Miguel. Na Batalha, a Tecnisa recebeu 52 soluções e montou uma equipe de avaliação. "Não queremos ideias prontas, mas, sim, a inspiração que mova nosso pessoal", afirma Romeo Bussarello.


ADMINISTRAÇÃO COMPARTILHADA
Na Holanda, até o setor público entrou na brincadeira. "Lá, o Ministério da Educação pediu ideias do que poderia ser feito para diminuir o índice de 30% de alunos que deixam a faculdade pública no primeiro ano. Com isso, o governo mostra que quer se aproximar dos líderes do futuro", diz o holandês Hans van Hellemondt.

Seguindo o exemplo, Minas Gerais lançou uma batalha na feira Inovatec. "O governo saiu da caixa e começou a trabalhar com a sociedade. O normal é o governo criar e levar para fora. Aqui, ele tenta compartilhar, para ser mais efi ciente", diz Heber Pereira Neves, coordenador da Inovatec. A dupla vencedora foi a de estudantes de publicidade da ECA-USP, Eric Anacleto Ribeiro, de 21 anos, e Bárbara Doro Zachi, de 22. Eles propuseram criar um portal com sistema de feed, desenvolver um aplicativo para smartphone, realizar pop up stores e uma disputa por empresas juniores. "A proposta foi uma das mais criativas. Reuniu processos que já existiam em um só", afi rma Heber. A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais deve unir várias ideias em um único projeto. "Participar de um desafi o aberto de inovação valorizou o meu currículo e aumentou minha confi ança diante de desafi os que posso encontrar no mercado", diz Bárbara. Eric concorda: "Aprendi muito mais do que nas próprias aulas da faculdade, porque vivemos a teoria na prática".

EXPERIÊNCIA NO CURRÍCULO
Gabriel Estevam Domingues, de 22 anos, estudante do primeiro ano de engenharia ambiental na Unimonte, em Santos, pegou o gosto pela pesquisa por causa do BOC. Ficou sabendo do site pelas redes sociais e resolveu aceitar o desafio proposto pela Vopak, empresa do setor químico.

Ele desenvolveu um processo de aquecimento por traços elétricos, que converte energia elétrica em térmica e somou a isso conceitos de isolamento nos tanques e nas tubulações. Para convencer a empresa, apresentou um projeto abrangente. Fez cálculos de calorimetria, um memorial descritivo no qual explica os cabos que seriam utilizados e um pequeno estudo de viabilidade econômica.

"O projeto do Gabriel foi o que apresentou mais elementos que poderiam ser colocados em prática", diz Mônica Reiter Bissi, gerente de recursos humanos da Vopak com sede em Santos, no estado de São Paulo. Para lançar a batalha, a companhia se utilizou de um processo de inovação aberto internamente. "Pedimos a participação dos funcionários para que nos ajudassem a identificar quais seriam os nossos desafios. Isso estimulou a reflexão", conta Mônica.

Para a Vopak, alguns fatores são importantes: o estreitamento de laços com jovens talentos e o reforço da cultura de inovação entre os colaboradores. Gabriel participou de duas batalhas dessa companhia, ficou em 1o e 2o lugar e está em 3o lugar no ranking geral. "Antes, eu mandava meu currículo e não era aceito porque não tinha experiência. Agora, estou até recusando proposta de trabalho", diz o estudante.

UM CONVITE À INOVAÇÃO ABERTA

> Na mesma onda do Batalha de Conceitos, outros sites estão surgindo. Já existe o Zooppa, no qual empresas lançam seus desafios voltados à publicidade, e artistas criam peças publicitárias e até campanhas em vídeo. Os prêmios são polpudos, aproximadamente 10 000 dólares para o escolhido. Grandes marcas têm passado por lá, como Riachuelo, Sprite, Axe, Greenpeace e Tecnisa.

> Inspirada pelo BOC e pelo Zooppa, a Tecnisa criou seu próprio site de inovação aberta, o Tecnisa Ideias. Em menos de 60 dias, foram enviadas 500 ideias. "Recebemos inspirações que nos levam a outras ideias", diz Romeo Bussarello.

> A Whirlpool também tem duas ferramentas de inovação aberta: o Freedom, um projeto da Brastemp que propõe o desenvolvimento de eletrodomésticos conceito, processo de criação conjunta com consumidores para entender suas reais necessidades e colher percepções.

E o Prêmio Inova, que incentiva pesquisas em tecnologia, inovação e design entre estudantes e professores de graduação e pós-graduação. "Nesse tipo de iniciativa, a expectativa é que uma resposta criativa se some às ações já desenvolvidas pela empresa. Afinal, promove o contato com um público que está exposto a outro tipo de ambiente, por isso, tem referências e pontos de vista diferentes, que só agregam ao processo", diz Mario Fioretti, gerentegeral de design industrial e inovação da Whirlpool.


POSTADO POR: Paula Lovisi Leal Friche Passos

segunda-feira, 21 de março de 2011

Alan, Rafael, Thiago e Welisson

Céu de brigadeiro
Utilizando materiais compostos avançados, a ACS inova com o lançamento do Sora, seu primeiro ultraleve esportivo, de olho no promissor mercado norte-americano


Ganhar os céus do mundo: esse foi o desafio que o mineiro Leandro Guimarães Maia, engenheiro mecânico pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), se impôs ao retornar ao Brasil, em 2006. Na época, resolveu se desligar da empresa austríaca em que trabalhava para fundar seu próprio negócio, a ACS – Advanced Composites Solutions. Agora, já finalizou o protótipo de seu primeiro produto, o ultraleve Sora, um monomotor esportivo de dois lugares que tem na fuselagem a principal inovação: é montada em apenas dois blocos, com material constituído de tecido de fibra de vidro e recheio de espuma de PVC enrijecido com resinas. “Fica mais resistente e mais leve do que o alumínio”, diz Maia, ressaltando outras vantagens, como resistência à fadiga e à corrosão.
De asa baixa, o ACS-100 Sora é equipado com motor inglês Rotax 912 ULS de 100 HP, movido a querosene de aviação. Maia já busca alternativa para adotar um motor movido a biodiesel.
“A indústria aeronáutica é conservadora”, justifica, ao ser confrontado com o fato de o motor Rotax, de uma hélice, ainda utilizar carburador. “Nessa categoria, não há motores de injeção eletrônica.”
O projeto ACS-100 Sora é baseado no CB-10 Triathlon, desenvolvido pelo professor Claudio Barros, da UFMG. Graças ao apoio do programa Sebraetec, que viabilizou a participação da empresa na Expo Aero Brazil 2008, a ACS Aviation já tem seis unidades do Sora vendidas. E aquece os motores. “No início do próximo ano, estaremos capacitados para produzir uma unidade por mês, e dentro de três anos a ideia é quintuplicar a produção”, sinaliza.

Leandro Guimarães Maia e o ultraleve Sora: o orgulho de
uma empresa de  pequeno porte em ostentar sua marca na
fuselagem de uma aeronave
















Produto de exportação – A ACS, instalada na Incubadora de São José dos Campos – Incubaero, surgiu para atuar no segmento de materiais compostos avançados, como o utilizado na fuselagem do Sora. “Percebemos que não seria viável entrar nesse mercado se não tivéssemos um portfólio adequado”, explica Maia. “Por isso, resolvemos apostar no desenvolvimento de um produto específico para mostrar nossa expertise.”
A aposta no Sora não foi ao acaso. Maia acumula larga experiência na indústria aeronáutica, com incursões internacionais, como a passagem pela Áustria, onde atuava como fornecedor da Airbus, e na própria Embraer. Assim surgiu a ACS Aviation, que já tem seu escritório nos EUA, constituído em sociedade com um amigo norte-americano. “Nossa idéia é fabricar o avião no Brasil e exportar para os EUA”, afirma. Agora, aguarda a conclusão dos testes para dotar o protótipo de asas removíveis, a fim de facilitar o transporte. Mas as soluções nem sempre estiveram ao alcance da mão.
A ACS também enfrentou dificuldades e se ressentia da falta de recursos para alavancar o projeto. Somente a fabricação dos moldes da fuselagem exigiu investimento de fôlego, em torno de R$ 250 mil, “o que não é muito alto em comparação com o preço da aeronave, mas para nós era um desafi o naquele momento”, conta Maia. Foi assim que a Tecplas, especializada na fabricação de componentes compostos, fornecedora da Embraer, acabou entrando no projeto. “Eles investiram a risco e produziram os moldes”, conta. “E serão os responsáveis pela fabricação em série dos componentes.” Com investimento em torno de R$ 1 milhão, a ACS enfrenta agora os trâmites da Agência Nacional de Aviação Civil para obter a autorização definitiva para produzir o ACS-100 Sora em série. Na retaguarda, contudo, tem o apoio da Incubaero e da sinergia com o polo tecnológico do Centro Técnico da Aeronáutica. O Sebraetec reafirma a participação no projeto, com consultoria para o desenvolvimento do material de comunicação do Sora.


Atendimento
Escritório Regional do Sebrae-SP em São José dos Campos
Modalidades: Programa de Incubadoras de Empresas, Sebraetec
Apoio: Fundação Casimiro Montenegro Filho
Tipos de inovação: marketing, organizacional, produto

Alan, Rafael, Thiago e Welisson

Qualidade nos mínimos detalhes
Com custo bem mais baixo, ovinocultores de Fartura e região comemoram os benefícios do associativismo, aprimoram o índice zootécnico das matrizes e conseguem valorizar a produção


O Núcleo dos Criadores de Ovinos de Fartura e Região tem bons motivos para comemorar o resultado obtido em menos de dois anos, desde que, em abril de 2006, passou por consultorias técnicas e, depois, ocupou um espaço comunitário cedido pela prefeitura na Chácara Municipal, na região central da cidade. O grupo reúne 12 produtores de Fartura e da vizinha Piraju, que criam em confinamento ovelhas com excelente carne para consumo, resultado do cruzamento de matrizes que aprimoram a criação. Quem explica é Willem Alexandre Garcia Bortotti, dono de 120 matrizes em seu Sítio Santo Antônio, em Fartura: “O confinamento comunitário e as consultorias técnicas foram a salvação. Nesse aspecto, a administração municipal e o Sebrae-SP tiveram papel fundamental, ao incentivar o associativismo e fornecer apoio técnico. Se continuássemos a vender, cada um por si, o animal para abate por R$ 2,80 o quilo, já teríamos desistido. Em conjunto, conseguimos quase dobrar o preço de venda”, explica. Bortotti lembra, também, que o custo diário para criar cada ovelha na Chácara caiu de R$ 1,20 para R$ 0,70.
O espaço para o confinamento resultou de um trabalho conjunto do Escritório Regional do Sebrae-SP em Ourinhos, da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), dos sindicatos rurais de Fartura e Piraju e da Associação Paulista dos Criadores de Ovinos (Aspaco). Para o Núcleo dos Criadores, essa parceria significou o fim dos tempos de prejuízo. A meta de 20% de aumento do faturamento para 2008 foi atingida com folga, segundo Bortotti: “Agora, tudo aqui é cuidadosamente controlado, da data de entrada até a saída de cada cordeiro. Compramos a ração em conjunto, mais barata, e temos um funcionário que cuida da alimentação. Além disso, um veterinário presta consultoria ao grupo e acompanha periodicamente o processo produtivo. Também contamos com um laboratório no local, para aprimoramento dos cuidados com a saúde dos animais, além da consultoria dos programas Sistema Agroindustrial Integrado (SAI) e Sebraetec, do Sebrae-SP”.

Willem Bortotti no confinamento da Chácara Municipal: tudo mudou com a
união dos produtores e o apoio do Sebraetec e de seus parceiros.



















Associativismo qualificado – Bortotti representa bem o atual estado de espírito dos produtores. Os animais que ele cria em confinamento não são mais do que 120, e assim que chegam ao peso ideal não fica um nos pequenos currais. Trata-se de um grande avanço para quem vinha, nos quatro anos anteriores a 2006, tentando desenvolver a ovinocultura na região, sem achar o caminho.
O projeto de associativismo revolucionou conceitos e práticas dos ovinocultores. Os dados de avaliação do rebanho referentes a 2007 são reveladores: num grupo de 1,6 mil animais, 75% foram classificados com índices “muito bom” e “bom”, o que, com certeza, estará ainda melhor na avaliação de 2008, acredita Bortotti. A redução do custo na compra de insumos também é ressaltada pelo criador: “Se cada um de nós tivesse de adquirir a ração por conta própria, gastaria R$ 0,55 por quilo, mas a compra coletiva faz o preço cair para R$ 0,45. Cada animal é criado dentro das normas sugeridas nas oficinas do Sebraetec, como o calendário sanitário, e está pronto para a venda em 100 dias”. O grande achado no projeto, na visão do presidente do Núcleo dos Criadores, Júlio Mazetto, foi a adoção do associativismo como alternativa organizacional. A partir daí se tornou possível concretizar avanços como a alimentação balanceada do rebanho, a compra conjunta de insumos e a criação do laboratório de diagnóstico de verminose. Antes, o grupo tinha sérios problemas em gestão, baixa qualificação de mão-de-obra, produção deficiente, rebanho sem qualidade adequada e falta de mercado comprador. Com a ação dos parceiros, tudo clareou.
A mão-de-obra foi treinada nos sindicatos. A gestão estratégica se moldou nas oficinas de qualificação, assim como a comercialização evoluiu com ações de marketing, o que levou à adequação dos espaços para amostragem dos animais e realização de leilões em Fartura. “Hoje somos conhecidos no estado todo, e isso é fruto de muito trabalho, que nos permitiu agregar valor. Estamos, porém, apenas no início de um longo caminho”, completa Bortotti.


Atendimento
Escritório Regional do Sebrae-SP em Ourinhos
Modalidade: Sebraetec
Apoio: Fepaf
Tipos de inovação: marketing, organizacional, processo

Alan, Rafael, Thiago e Welisson



Ovo de Colombo digital
Spatium 3D lança digitalizador tridimensional totalmente flexível, para atender desde a indústria automotiva até o setor aeroespacial, em processos de modelação e inspeção de qualidade
Israel Nacaxe, sócio da Spatium 3D:
ao criar soluções próprias e originais, a
empresa de Campinas conquistou um
mercado tão amplo quanto os recursos de
seu equipamento
Conta a história que, ao regressar à Corte espanhola com o anúncio da descoberta do Novo Mundo, Cristóvão Colombo enfrentou um batalhão de céticos.  Parecia mesmo pouco provável que, em  uma pequena caravela, o navegador tivesse conseguido cruzar o Atlântico, quanto mais alcançar um continente intocado. A empreitada foi posta à prova e Colombo, com ar solene, lançou a todos o antológico desafio. Quem, entre eles, seria capaz de colocar em pé um simples ovo de galinha? Para surpresa geral, bateu levemente uma das extremidades do ovo, quebrou um pouco da casca e lá estava ele equilibrado na posição vertical. Simples assim. Difícil mesmo é ter o primeiro insight. A referência, aqui, não vem por acaso. Serve para explicar o sucesso de uma solução desenvolvida em meados de 2007 pela Spatium 3D, que, apesar de estreante no mercado, tem na carteira de clientes players globais da indústria, que começam a se render à genialidade e à originalidade do produto desenvolvido pela pequena empresa de Campinas, no sudeste paulista, a 90 km da capital.
O foco do negócio é a tecnologia de visão computacional. Até aí, nada de novo. O ineditismo está na arquitetura da solução desenvolvida pela Spatium e na estratégia que norteou seu modelo de negócios. A empresa era ainda uma estreante, com pouco mais de seis meses de atividades quando, com o apoio do Sebraetec,  programa desenvolvido pelo SebraeSP, e da incubadora ParqTec, a mais antiga da América Latina, identificou na indústria a necessidade de medição tridimensional.

“Começamos a pesquisar tecnologias e optamos por criar nossa própria solução”, diz Israel Nacaxe, um dos sócios da empresa. Com o apoio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Spatium desenvolveu o sistema de projeção e todos os algoritmos para a calibração do sistema. O resultado encanta pela simplicidade. Um projetor, duas câmeras de luz branca, uma fonte de alimentação. E só. O software roda em Windows, com a vantagem de total mobilidade, uma vez que utiliza o protocolo internet para a transmissão. É ligar na rede e capturar a imagem, em altíssima resolução. Em apenas 6 segundos, é possível digitalizar cerca de 2 milhões de pontos.

Flexibilidade – A ergonomia também inova. Apesar de robusto – totalmente
concebido em fibra de carbono para assegurar estabilidade mesmo em ambientes agressivos, o
equipamento é portátil e totalmente flexível, o que amplia ainda mais as possibilidades de aplicação. Em poucos minutos, o sensor pode ser configurado para digitalizar tanto áreas pequenas como grandes superfícies, assegurando a mesma qualidade de resolução.

Empregada tanto em engenharia reversa, para a concepção de moldes e ferramentas, quanto para a inspeção de qualidade em ferramentas de sopro, injeção e estamparia, a medição tridimensional permite reduzir o período de criação de moldes, ao mesmo tempo em que possibilita comparações com modelos CAD (Computer-aided design) para identificar defeitos e otimizar os processos de inspeção. Nesse caso, a solução da Spatium digitaliza a peça e, com uma representação completa do objeto em três dimensões, gera uma malha de polígonos que, transformada para o sistema de coordenadas, estabelece comparações ponto a ponto com o modelo matemático CAD, verificando indicadores como forma, comportamento e tolerâncias. Até mesmo a imagem de carros e aviões pode ser capturada e digitalizada em 3D, com a facilidade de interface com sistemas de fotogrametria, para medições ainda mais rigorosas. As vantagens vão além. Para a indústria automotiva, por exemplo, a solução oferecida pela Spatium permite a montagem virtual de componentes o que, na prática, se traduz na possibilidade de conferir o encaixe dos retrovisores ou até o matching do paralama com o parachoque. O resultado conta pontos valiosos para otimizar o processo de produção, em tempos de qualidade total. O futuro da Spatium é promissor.
Agora, o produto que desenvolveu está sendo adequado às normas internacionais.
E a empresa, até pouco tempo start-up, tem tudo para se tornar um grande fornecedor global
de soluções em digitalização 3D.

Atendimento
Escritório Regional do Sebrae-SP no Sudeste Paulista
Modalidades: Programa de Incubadoras de Empresas, Sebraetec
Apoio: Fundação ParqTec, IPT
Tipo de inovação: produto


domingo, 20 de março de 2011

Otimização avançada -

Prezados colegas de sala e futuros Administradores de Empresas, a minha pesquisa é referente a área de Tecnologia da Informação, ou simplesmente T.I, trata-se de uma empresa do segmento de aciaria, gerenciar uma aciaria é um desafio constante! As soluções em software da Incotec foram criadas especificamente para facilitar a tomada de decisões neste ambiente com relação ao planejamento das corridas, à otimização da produção e à gestão dos imprevistos.
Os processos metalúrgicos envolvidos na produção do aço realizada na aciaria precisam ser supervisionados por grandes especialistas. Pequenas alterações na temperatura, na composição do metal líquido, ou nas condições dos tratamentos podem causar grandes alterações no produto final. Estas e outras características tornam a aciaria uma unidade produtiva crítica na linha de produção do aço, e que deve ser cuidadosamente gerenciada.

Para gerenciar a produção da aciaria, o planejador é um especialista que determina o cronograma de produção da aciaria. Ele possui a complexa tarefa de elaborar um bom cronograma, uma sequência de corridas que, além de respeitar os prazos de entrega, precisa respeitar as restrições do processo,.
A aciaria está sempre sob pressão das outras unidades produtivas, o que a torna ainda mais sensível ao ritmo de produção, que deve estar sempre em dia. Ferramentas de planejamento da produção podem ajudar a aliviar esta pressão. É neste cenário que entra as soluções em software específicas da Incotec, trata-se de um motor de otimização (MPM™:  conhecido comoMotor de Propagação Metabólica) para o seu módulo de planejamento.

Essa ferramenta ajuda o cliente no caso de problemas complexos de planejamento de produção e de tarefas, principalmente nos casos de ambientes mutáveis e que possuem muitas restrições, onde são necessários ajustes contínuos.

Essa tecnologia é fruto de 8 anos de pesquisa e desenvolvimento em matemática aplicada e inteligência artificial, e vem há 6 anos sendo usada como ferramenta operacional nas empresas.



Um cronograma otimizado

Associado ao motor de otimização, Incoplan consegue ir mais longe do que a consideração de todas as condições operacionais. O cronograma é assim otimizado em função dos múltiplos objetivos designados a Incoplan.

Exemplo de objetivos :
  • Respeitar os prazos
  • Equilibrar a distribuição de carga
  • Minimizar os custos
  • Otimizar o consumo das matérias primas
  • Limitar a utilização de subcontratações
  • Reduzir o consumo de energia
  • Otimizar o fluxo de produção e a logística
  • Diminuir o tempo de espera, de parada ou de transporte...

O motor de otimização possui uma função de simulação, que permite prever vários cenários de circunstâncias econômicas diferentes.
Sua velocidade de execução é compatível com o tempo reservado à tomada de decisões. É então possível analisar várias opções sem realizar cálculos exaustivos.

Resultados visíveis da otimização do cronograma

  • Ganho de produtividade
  • Otimização dos recursos
  • Aumento da qualidade do serviço
  • Economia de energia
  • Economia de matérias primas
  • Pró-atividade na tomada de decisões, antecipação das necessidades
  • Organização fluida
  • Fluxos menos carregados

Áreas de aplicação do motor de otimização

O motor de otimização Incotec (MPM™) é usado em associação com o software Incoplan, para a otimização do cronograma criado por ele.

Outras possíveis aplicações

Nosso motor de otimização MPM™ é um suporte de ajuda à decisão uma vez que decisões críticas devem ser feitas.

Dessa forma, é possível adaptá-lo para utilização em outros domínios específicos:
  • produção industrial
  • intervenções técnicas
  • manutenção preventiva
  • seguros
  • finanças
  • marketing
  • dynamic pricing
  • concepção
  • outros...


Espero que vocês tenham gostado da pesquisa, abraços a todos!!

postado por: Warley Aguiar Nogueira
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